Adesão à automonitorização na diabetes tipo 2: plataforma “ClouDi” vs. acompanhamento presencial.

Resumo

Introdução: Apenas 30% dos hospitais possuem protocolo padronizado para alta de pacientes tratados com insulina e metade dos pacientes relatou dificuldades no acompanhamento e ajuste da terapêutica na transição do hospital para o ambulatório. O uso do mHealth pode melhorar a adesão ao automonitoramento com glicometria capilar, porém, em pacientes em transição do hospital para o ambulatório, a informação é limitada. O objetivo é avaliar a adesão e as características sociodemográficas de pacientes com Diabetes Tipo 2 (DM2) vinculados a um programa de educação, por meio do uso de mHealth (ClouDi) com educação presencial durante a pandemia de COVID -19.

Metodologia: Estudo prospectivo longitudinal, foram incluídos pacientes internados com diagnóstico de DM2, com indicação de tratamento insulínico na alta hospitalar no período de outubro de 2020 a 2021, avaliados por consulta de educação em diabetes.

Resultados: Dos 86 doentes (44% do sexo feminino, 41 utilizadores do ClouDi, idade média 58,8 ± 11,2 anos, com duração média da diabetes de 7,8 ± 7,4 anos), 53,6% encontravam-se no estrato 2, 92,9% pertenciam ao regime contributivo , 42,9% com ensino fundamental básico e 51,2% empregados. Adesão ao uso de monitorização com glicometria capilar em pacientes ClouDi comparados a pacientes em cuidados habituais (64,4% vs 28,2%, p<0,001), independente de variáveis ​​sociodemográficas.

Conclusão: O uso do ClouDi esteve associado à maior adesão ao acompanhamento com glicometria capilar independente das variáveis ​​sociodemográficas. O uso dessa tecnologia pode ser útil no monitoramento de pacientes usuários de insulina na alta hospitalar.